terça-feira, 17 de novembro de 2009

"...E o vento levou"

  Petulante, mimada e egoísta, esses são termos perfeitos para descrever Scarlett O’Hara. Esse final de semana estive muito bem acompanhada ao lado de Clark Gable e Vivien Leigh enquanto me deleitava com as cenas de um filme que, em minha humilde e sincera opinião, é perfeito! “... E o vento levou” é um desses filmes que pode sim ser considerado um clássico, não é a toa que ele é realmente um. Lançado em 1939 nos Estados Unidos, “... E o vento levou” é uma adaptação do romance de Margareth Mitchell. A trama começa na Geórgia, em 1861, com a jovem Scarlett O’Hara – membro de uma família de senhores de terra, proprietária de Tara e apaixonada por Ashley Wilkes, que se casa com Melanie Hamilton, prima dos O’Hara. Na festa do anúncio do noivado surge Rhett Butler, interpretado pelo galã na época, Clark Gable. Comentários à parte, tirando aquele bigodinho estranho, o homem é de estremecer corações! Bem, Butler era conhecido como um aventureiro sedutor que não concordava com seus companheiros sulistas e prediz a derrota do Sul na Guerra da Secessão. Conflito esse em que os 11 Estados do Sul, formado por latifundiários e escravocratas enfrentaram o Norte industrializado e abolicionista. No filme, dirigido por Vitor Fleming, fica nítido como os fazendeiros sulistas defendiam a escravidão e como os negros eram tratados nessa época. Um dos exemplos é a cena em que Scarlett O’Hara agride sua empregada, bem mentirosa, Prissy, interpretada por Butterfly McQueen ao descobrir que ela não era uma parteira. Quando ocorre o conlito, Scarlett se casa com o frágil e bobinho irmão de Melanie, Charlie, para fazer ciúmes em Ashley. No entanto, não deu certo e logo ela ficou viúva, pois Charlie morre na guerra com pneumonia. Cansada do luto e chorosa por ter que usar apenas roupas de cor preta, O’Hara se muda para Atlanta onde passa a morar com sua tão querida e carinhosa prima Melanie. É nesse ponto que sua vida passa a se cruzar com a de Rhett. No fim de 1863, Ashley volta em licença e pede a Scarlett que cuide de Melanie, que está grávida, e anuncia a derrota do Sul na guerra. Rhett leva as duas primas para Tara, pois não estavam seguras em Atlanta. Scarlett encontra a fazenda em estado lamentável, sem comida, sua mãe morta, o pai louco e as irmãs doente. Eis que acontece o ponto alto do filme que me deixou arrepiada. Scarlett ergue seu braço para o céu e exclama: “Por Deus como testemunha, não vão me derrotar!” E chegamos ao intervalo. Essa primeira parte tem quase duas horas de duração. A segunda também. O que era de se esperar. O romance de Margareth Mitchell tem 1037 páginas. Sidney Howard entregou o roteiro com 50 páginas. O filme, antes de passar por alguns cortes, tinha cerca de 5hs, considerado cansativo para a indústria cinematográfica. Imagine, na década de 30 fazer um filme considerado o up do cinema com 5hs de duração?!
  A segunda parte do filme encontramos uma Scarlett mais amadurecida por conta de todo seu sofrimento e as responsabilidades que precisou tomar. Mas, ainda assim petulante e egoísta. Ela se casa com o prometido da irmã para conseguir dinheiro e não perder a fazenda, continua a dar em cima do marido da prima e depois de ficar viúva, finalmente se casa com Rhett. Apesar que o casamento dos dois não foi um mar de rosas. As discussões eram constantes e até ciúmes da filha que tiveram, a mulher teve. Filha essa que morre após uma queda no pônei. Logo depois, Melanie cai doente e ao morrer, Scarlett percebe que na verdade nunca amou Ashley, mas sim seu marido Rhett Bluter, que a essa altura já não quer mais saber da mulher que tanto amou dispara sua frase mais conhecida quando Scarlett indaga sobre o que fará sem ele: “Francamente, minha querida, não dou a mínima”. Scarlett desistiu? Não. Ela resolve lutar por seu amor, assim como ela lutou para reconstruir Tara, mesmo passando por cima de muita gente. Lembra da cena do juramento? E então, termina o filme.





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