domingo, 1 de novembro de 2009

O cinema abre as portas para o 3D

  Tudo começou na década de 50 com o surgimento do cinema 3D tendo como objetivo atrair o público que estava fascinado pela recém-criada televisão. No entanto, os defeitos de sincronia e a dor de cabeça que os óculos causavam fizeram com que essa novidade logo passasse. A segunda tentativa ocorreu na década de 70 com a sincronia reformulada, mas com a falta de roteiros. Atualmente o 3D vem totalmente restaurado com projetores especiais, tecnologia de ponta e roteiros prontos para receberem a nova era digital. O objetivo continua o mesmo, atrair espectadores para as salas escuras, levando em conta outros concorrentes, DVD e Home Teather.
  Apesar da nova fase do cinema, não é qualquer cineasta que consegue trabalhar com o 3D. Eric Breving, do Viagem ao Centro da Terra, afirmou a revista Veja em reportagem divulgada no dia 09 de julho de 2008, que o 3D deve ser usado apenas para quem entende da técnica. Caso contrário o filme fica ruim e o diretor louco.
  O efeito tridimensional é obtido por uma câmera com duas lentes que captam imagens diferentes da cena ou do objeto. Além disso, elas estão mais ágeis, devido as constantes pesquisas, estudos e persistência de James Cameron, que ficou sem lançar um longa desde Titanic, mas volta em dezembro com Avatar. O diretor precisou criar uma câmera, conhecida como Fusion, para colocar seu projeto em prática.
  Para um filme 3D ser um sucesso, os óculos passaram por um ajustamento. O novo acessório faz a junção da imagem por meio de lentes polarizadas que filtram apenas as ondas de luz e não as cores. Ao contrário da antiga técnica que utilizava duas camadas de cores, azul e vermelha.
  Além de ser um atrativo para aqueles que esperam por novidade, a projeção em 3D tenta mudar o quadro atual do número de espectadores que antes preferiam ir ao cinema e hoje optam por assistir filmes em casa. As pesquisas realizadas ao longo dos anos, de acordo com o site Filme B, apontam que em 1976 o público total no Brasil era de 250 milhões de espectadores; na década de 90 esse número caiu para 70 milhões; em 2003 apresentou a marca de 100 milhões de ingressos vendidos e em 2007 o ano fechou com um total de 88,6 milhões de espectadores.
  Nos Estados Unidos o 3D é financiado pelos estúdios de cinema, pois a distribuição dos filmes em cópias digitais fica mais barata. No entanto, no Brasil quem financia é o próprio exibidor. Esse é um dos motivos de poucas salas equipadas com projetores 3D. A primeira sala com essa projeção no país foi inaugurada em 2006 pela Cinemark.
  Atualmente existem três tecnologias para o cinema 3D:
  Real D: apresenta um projetor com tela pequena por onde passa a imagem. A tela é prateada, os óculos são de plásticos e funcionam como um filtro selecionando as ondas de luz emitidas pelo projetor;
  Dolby Digital: possui um projetor com microespelhos interno. A tela tem cor branca e recebe tratamento especial polarizado que a torna mais cara. Os óculos tem lentes de cristal coloridas e após o uso são higienizados;
  Imax: tecnologia digital. Seu projetor possui um sistema denominado como Rolling Loop, que são duas faixas de filme que correm ao mesmo tempo. A tela tem 16m de altura e 22m de largura, ou seja, cerca de três vezes o tamanho de uma tela comum. Cada lente dos óculos capta imagens de uma das faixas de filme e o cérebro é responsável por junta-las.
  De acordo com especialistas, um projetor 3D custa em torno de 110 mil dólares. Incluindo os impostos de importação, ao entrar no Brasil, o equipamento passa a custar cerca de 500 mil reais. Isso explica o preço alto dos ingressos e a contribuição contra a pirataria. Uma organização formada pelos estúdios Disney, Fox, Paramount, Sony, Universal e Warner, estabeleceu que os filmes em 3D sejam encriptografados com códigos que são traduzidos para liberar a projeção momentos antes das sessões.
  Apesar do alto valor dos bilhetes, o número de públicos tem despertado o interesse no Brasil e no mundo para a indústria cinematográfica. Até 2011 estão previstos 21 lançamentos, a maioria americano. Com relação ao Brasil, pelo menos cinco projeções estão na busca do título de primeiro longa brasileiro exibido em 3D. De acordo com Marcelo Siqueira, diretor ténico e supervisor de efeitos da TeleImage, a produção mais próxima de conseguir esse título é Brasil Animado. A obra de Mariana Caltabiano vai mesclar animação com cenários reais e está prevista para ser lançada no próximo ano.
  E em termos de lançamento, no dia 18 de dezembro, o mundo vai conhecer Avatar de James Cameron como mencionado acima. Uma grande expectativa tem sido gerada em torno do filme, levando em conta que o diretor passou um tempo considerável nesse projeto e todo o investimento gasto para colocá-lo em prática. A Fox gastou cerca de 237 milhões de dólares para produzi-lo.
  A narrativa gira em torno dos Na’vi, seres azuis com feições felinas de 3 a 4 metros de altura. O humano Jake, interpretado por Sam Worthington, se infiltra entre os Na’vi e conhece melhor o povo. Como todo filme, ele se apaixona por uma alien e tem de escolher em que lado ficará quando a batalha começar. Para o site Omelete.com, Avatar é uma mistura de Dança com Lobos, Pocahontas e o Último dos Moicanos.
  Uma vez que James Cameron ficou mais de 10 anos sem lançar um longa, Avatar pretende revolucionar o novo 3D e abrir as portas para as futuras e não muito distantes, projeções para o cinema tridimensional.


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