terça-feira, 17 de novembro de 2009

Curiosidades do clássico


• Em Nova York de 1936, Kay Brown, uma analista de roteiros do estúdio Selznick International Pictures, emitiu um telegrama ao seu chefe, David O. Selznick, descrevendo apaixonadamente a qualidade do livro de Margareth Mitchel;
• 24 de maio, Selznick se rendeu as palavras de Brown e aceitou o desafio de produzir “…E o vento levou”;

• Selznick escolheu Sidney Howard, roteirista de Fogo de Outono para adaptar o romance para o cinema e George Cukor para dirigir o longa;

• Em 14 de dezembro de 1936, Howard já havia produzido uma sinopse de 50 páginas com um primeiro tratamento do roteiro, de onde havia eliminado vários personagens secundários e informações sobre os pais de Scarlett;

• 5.500 roupas foram criadas;

• Em agosto de 1937, Howard enviou o primeiro roteiro com 400 páginas, equivalente a cinco horas e meia de filme;

• Desde o anúncio da filmagem de “…E o vento levou” o público e imprensa haviam escolhido Clark Gable para ser Rhett Bluter, mas o ator no inicio não aceitou por medo de não conseguir corresponder as expectativas dos espectadores como Rhett;

• Após muitas reuniões, encontros, conversas e contratos ficou acertado que Clark Gable seria Rhett Bluter;

• A data escolhida para o inicio das filmagens foi 26 de janeiro de 1939. Detalhe: sem Scarlett e sem roteiro;

• A cena do grande incêndio em Atlanta foi rodado primeiro no dia 10 de dezembro de 1938;

• Nessa cena estavam presentes 10 esquadrões do Departamento de Bombeiros de Los Angeles, dentro do estúdio outros 50 bombeiros e 200 auxiliares;

• Para manter o imenso fogo vivo por mais de 40 minutos, o especialista em efeitos especiais, Lee Zavitz encontrou uma solução: uma rede dupla de tubos que lançariam querosene e água, respectivamente;

• Os materiais usados para queimar foram velhos cenários de “Um garoto de qualidade”, “O Rei dos Reis”, “O Último dos Moicanos” e a porta gigante de “King Kong”;

• Dois especialistas caracterizados como Rhett e uma substituta de Scarlett (que tapava o rosto porque ainda não havia atriz contratada) fizeram parte dessa cena, fugindo em uma carroça pelas ruas em chamas;

• Paulette Goddar, a preferida para interpretar Scarlett, ainda realizou testes em 20 de dezembro, um dia antes de Vivien Leigh enfrentar a câmera para o seu próprio teste;

• Vivien Leigh soube que seria Scarlett O’Hara no dia 25 de dezembro daquele ano e dia 13 de janeiro de 1939 o contrato foi assinado;

• Foram utilizadas sete câmeras technicolor para filmagem (o total de câmeras em Hollywood);

• Em 12 de fevereiro, Cukor abandonou as filmagens e Selznick correu atrás de outro diretor, escolhendo Victor Fleming que na época rodava “O Mágico de Oz” para a MGM. Ele aceitou apenas por sua amizade com Clark Gable;

• O roteiro desagradou Fleming e o produtor chamou Ben Hecht, o primeiro roteirista que descartou ao escolher Sidney Howard;

• Hecht recuperou o script original de Howard, utilizou-o como guia e resolveu deixar de lado a fragilidade do roteiro original, compactando e dando um apelo visual que nenhum outro conseguiu alcançar, tudo por apenas 15 mil dólares;

• William Cameron Menzies, diretor de produção, concebeu a famosa panorâmica da estação de Atlanta, na qual a câmera se eleva entre milhares de mortos e feridos;

• Como a maior grua de Hollyood só alcançava oito metros, e Menzies precisava de uma que chegasse a trinta, trouxeram uma especial dos estaleiros de Long Beach;

• Foram solicitados 2000 figurantes, mas apenas 800 compareceram. A solução encontrada foi ao lado de cada homem colocar um manequim movido por um cabo que o extra deveria manipular. Sobre a grua estavam Fleming, Menzies e do diretor de fotografia Ernest Haller;

• No dia 11 de dezembro de 1939, David Selznick enviou um telegrama a Kay Brown, a funcionária que havia lhe chamado atenção para o romance: “Acabamos de filmar o livro. Que Deus abençoe a todos”;

• Houve três dias de festas para o lançamento do filme;

• Na véspera da estreia, foi realizado um baile com 3000 convidados onde estiveram todas as pessoas importantes da cidade, entre eles, Martin Luther King;

• Do quarteto protagonista, morreram trágica e repentinamente Leslie Howard, Clark Gable e Vivien Leigh;

• “…E o vento levou” foi o ganhador de 8 Oscars por melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro, melhor atriz principal (Vivien Leigh venceu por pouco Betty Davis), melhor atriz coadjuvante (Hattie MacDaniel), melhor fotografia em cor, melhor edição e melhor direção artística;

• William Cameron Menzies ganhou o Oscar de honra pelo uso de cor em um drama;

• Don Musgrave recebeu o Oscar técnico pela coordenação de equipe de produção.

Nota final:

Inácio Araújo, crítico de cinema da Folha de São Paulo disse certa vez: “As décadas entram e saem, e o filme rodado em 1939 por David O. Selznick parece continuar lá onde sempre esteve: não uma saga da Guerra de secessão, mas a saga, aquela que concentra tudo o que existe de épico e baixo, de romance e sofrimento, de ódio e amor do norte pelo sul (dos Estados Unidos) e vice-versa.” Se comparado com os filmes que hoje são rodados em Hollywood, muito pouco foi feito em “…E o vento levou”. Entretanto, levando a época em que foi filmado, os recursos utilizados, as interpretações magníficas de Gable, Leigh e outros atores, o roteiro majestoso, o romance espetacular de Margareth Mitchel e a direção de Cukor e mais tarde Fleming, talvez esses tenham sido os ingredientes perfeitos para um filme que não saiu da memória de muitas pessoas. Um filme que conquistou corações e se fez com grande mérito um clássico de todos os tempos.

Fonte: Coleção Folha Clássicos do Cinema

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